sábado, 24 de abril de 2010

DIFERENÇAS ENTRE CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTABILIDADE FINANCEIRA

A Contabilidade Gerencial não é um ramo autônomo da Ciência Contábil, como a Contabilidade Financeira (Geral) ou a Contabilidade de Custos. É a integração dos conhecimentos úteis, sob o aspecto gerencial, para a tomada de decisões da administração da entidade, oriundos de vários ramos da Contabilidade e de outras ciências. É o gerenciamento da informação contábil em favor da administração da entidade.
A Contabilidade Gerencial preocupa-se com a informação contábil útil à administração. Os administradores (usuários internos) são as pessoas que se valem dessa informação. A administração utiliza-se dos dados gerenciais para planejamento, avaliação e controle adequados da organização, por meio de um Sistema de Informação Contábil.

Tanto os usuários internos (sócios e gestores) como os externo utilizam a informação contábil, mas a maneira como o fazem difere. Os tipos de informação que eles demandam também podem diferir. A Contabilidade Gerencial refere-se à informação contábil desenvolvida para gestores dentro de uma organização.
A Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais. Já a Contabilidade Financeira refere-se à informação contábil desenvolvida para os usuários externos, como acionistas, fornecedores, bancos e agências reguladoras governamentais.
Necessidades dos usuários internos (sócios e gestores):
- Aumentar ou reduzir investimentos;
- Aumentar o capital ou emprestar recursos de terceiros;
- Expandir ou reduzir as operações;
- Diversificar ou concentrar as operações;
- Comprar/vender à vista ou a prazo.
Necessidades dos usuários externos:
- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS:
o Conceder ou não empréstimos;
o Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo e garantias).
- FORNECEDORES EM GERAL:
o Conceder ou não crédito, em que valor e a que prazo.
- INVESTIDORES:
o Investir ou não em ações na bolsa de valores;
o Adquirir ou não o controle acionário da entidade.

- CVM E DEMAIS ÓRGÃOS E ENTIDADES REGULADORES:
o Observar se as demonstrações atendem aos requisitos legais e regulamentares;
o Buscar indícios de abusos econômicos ou concorrenciais.
- JUDICIÁRIO:
o Solicitação e apreciação objetiva de perícias.
- FISCO:
o Verificar o cumprimento da legislação tributária;
o Buscar indícios de sonegação de tributos.


O mais importante para o contador ou administrador gerencial da empresa (controller) não é saber calcular, mas interpretar indicadores e elaborar relatórios com os pontos fortes e fracos do processo operacional e financeiro da empresa, visando propor alternativas de curso futuro.
O limite entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial é difícil de ser determinado, já que, em vários casos, há o entrelaçamento entre técnicas puramente contábeis e gerenciais, com a formação de uma fronteira difusa entre essas áreas. As demonstrações contábeis representam, de certa forma, a fronteira entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial. Não se pode afirmar, contudo, que tais peças contábeis, apenas por serem o último degrau da Contabilidade Financeira e por servirem preponderantemente aos interessados externos, não sejam importantes, ao menos como ponto de partida, para a Contabilidade Gerencial e para a administração. Isso porque elas podem servir como indicadores válidos de desempenho, mesmo que em largos traços, e ser utilizadas no modelo previsional da gerência.
A Análise de Balanços, por exemplo, serve tanto para o emprestador de recursos na avaliação da segurança do retorno do empréstimo ou financiamento como para a administração na avaliação da tendência da empresa. Ambos utilizarão os mesmos índices, porém com visões diferenciadas.

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